Lamentável o que ocorreu com um agente de trânsito ontem, 05 de dezembro, em Diadema/SP, frente a um shopping center.

Carlos Alberto Soares de Jesus, chamado de Carlão pelos colegas, e mais dois agentes estavam em escala rotineira de fiscalização quando dois bandidos em uma motocicleta os assaltaram, levando um tablet que utilizam para autuar e, não satisfeitos, atirando contra os mesmos durante a fuga.

Na situação desenhada Carlão acabou entrando em confronto com o carona da motocicleta e foi alvejado em 3 partes do corpo: próximo à coluna vertebral, nos braços e na clavícula.  No braço o tiro pegou de raspão. A clavícula fraturou e nas proximidades da coluna o colete que o agente usava e que adquiriu por meios próprios impediu que o pior ocorresse, pois amenizou o impacto da bala, embora mesmo assim ela tenha conseguido se alojar em seu corpo. Dos três agentes Carlão, por sorte, era o único que tinha e que usava colete. E se fosse outro? Será que ainda estaria vivo?

Nossos legisladores e gestores precisam se atentar que a atividade de agente de trânsito de fato é repleta de riscos. Um dia é um infrator que se rebela por ser autuado que se volta com força física e arma de fogo contra um agente. Num outro tentativa e consolidação de assalto. Antes algumas tentativas de atropelamentos. Enfim, até quando e até onde vai essa irresponsabilidade do poder público com as vidas desses profissionais, deixando-os sem condições de defesa e entregues à própria sorte?

 Já somam quase dez anos a busca pelo porte de armas. Eles existem e recebem a insígnia de “polícia de trânsito” no artigo 144 da Constituição Federal (da segurança pública) e no Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Têm atribuições delimitadas. Ônus, sempre ônus... Na hora do bônus, como as demais polícias são deixados à margem... Cadê o porte de armas para maior segurança dos agentes? Cadê a aposentadoria especial? Cadê o respeito e reconhecimento?

Carlão está internado e lúcido em recuperação no hospital e torcemos por sua plena recuperação, assim como torcemos que a próxima notícia a veicularmos seja bem diferente e mais otimista. A AGT Brasil continuará fazendo de tudo para a consolidação da carreira dos agentes de trânsito, pela segurança e qualidade de vida da categoria, sem se calar diante situações tão revoltantes como as desenhadas nesta matéria.

Junia Ferreira /AGTBRASIL